Você Conhece o Seu Grupo de Afastados?

Débora Maia
Débora Maia

Há tempos venho ensaiando escrever este artigo por se tratar de um tema delicado com impacto direto nos custos dos programas de saúde das empresas.

Não raras vezes este assunto compromete a viabilidade de projetos de alta performance e economia.

Como consultora de saúde e benefícios, tenho me deparado, frequentemente , com os problemas oriundos do grupo de afastados.

Entende-se por afastados todo e qualquer trabalhador que não se encontra em atividade laboral por motivo de doença/tratamento. E o grupo que me refiro neste artigo são aqueles afastados há mais de 15 dias. A história é quase sempre a mesma, no início do afastamento a empresa acompanha o caso, mantém contato com o funcionário , assim como um histórico das ocorrências e estágios da doença.

Com mais de 6 meses de afastamento as informações passam a não ser atualizadas periodicamente  e o contato vai se perdendo, na maior parte dos casos. Quanto mais tempo o funcionário ficar afastado menos informação e contato a empresa apresenta e mantém.

O maior risco dessa situação está relacionado ao programa de saúde que hoje é uma das maiores despesas do RH. Por conta dos dissídios e acordos coletivos, a maior parte das empresas é obrigada a manter o funcionário desligado vinculado ao plano e uma vez que o motivo do afastamento teve origem em uma doença existem grandes custos envolvidos.

O problema que me deparo com mais frequência é com empresas que desejam mudar o seu modelo de saúde,  garantir maior economia, qualidade de serviços ou melhor relação custo-benefício, mas que não podem avançar em seus projetos porque precisam de relatórios atualizados sobre o status do tratamento do seu grupo de afastados para que a operadora de saúde em questão possa analisar os riscos envolvidos. Muitas vezes o tempo para contatar o grupo ou até mesmo obter as informações necessárias é tamanho que o projeto é abortado. Sem informações atualizadas a operadora de saúde não apresentará um preço final e se o fizer será com um enorme folga financeira que impactará diretamente no resultado. Diante disso, a única forma de se safar desta situação é não ter ninguém afastado no momento.

A falta de informações sobre o grupo de  afastados pode impedir que decisões estratégicas e arrojadas sejam efetivadas.

Já vi empresas que mantiveram o modelo atual porque descobriram um, único, caso grave que comprometeu todo o projeto.

Por conta disso eu aconselho:

  • Mantenha um arquivo detalhado e atualizado com todas as informações pertinentes ao grupo de afastados.
  • Mantenha contato periódico com este grupo, atualizando endereço, telefone e mantendo uma rotina de acompanhamento.
  • Ofereça ajuda para agilizar ou viabilizar o tratamento em questão e se necessário for ajude a intermediar  os processos junto ao plano de saúde.
  • Avalie as ocorrências e se existe alguma relação com a atividade laboral e se isso ocorrer tome as medidas necessárias para evitar novos casos.
  • Antes de iniciar qualquer movimento de mudança de plano de saúde fique atento ao perfil deste grupo e não deixe de considerar os riscos.
  • Promova com periodicidade ações de prevenção de doenças e qualidade de vida.

Não existe milagre, nos dias de hoje, todo e qualquer assunto relacionado a saúde dos seus funcionários terá impacto nos resultados financeiros do seu programa.

Fique atento, acompanhe de perto e sempre que necessário busque ajuda de especialistas.

Boa sorte!!

 

Sobre a autora:

Débora Carrera Maia, é Diretora de Expansão, Novos Negócios e Qualidade de Vida da 4Health – Inteligência em Saúde e Benefícios e atua a 22 anos na área de Benefícios em RH.

Site: http://www.4healthconsultoria.com.br

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Uma Resposta para "Você Conhece o Seu Grupo de Afastados?"

  1. Carlos Rodrigues · Editar

    Olá Debora, trabalhei mais de 20 anos em Operadora/Seguradora de Plano de Saúde, hoje sou consultor e auxilio as empresas a buscarem novas opções no mercado e muitas vezes me deparo com situações semelhantes as apresentadas em seu artigo. Muito Bom!

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