Por um RH mais estratégico e menos ferramental

Paulo Paiva
Paulo Paiva

A área de Recursos Humanos vem ganhando cada dia mais força e visibilidade para atuar na Gestão de Pessoas e auxiliar no desenvolvimento organizacional. E isso só foi possível com a chegada da Gestão da Qualidade e os benefícios que a ISO 9001 trouxe para as organizações.

Além da certificação da ISO 9001 possibilitar maior credibilidade às organizações, também permitiu o aumento da produtividade. Por esses motivos, estamos vendo um RH mais produtivo, focado e que apresenta resultados aos negócios das organizações, afinal, foi necessário que essa área se desenvolvesse e aprimorasse suas competências para se tornar, de fato, uma área de Gestão Estratégica.

Mas não basta apenas conquistar o seu espaço. É preciso manter-se. Dessa forma, é necessário que exista um RH mais participativo e integrado com a organização e que atue no planejamento estratégico da Gestão de Pessoas. Sabemos que as empresas possuem diversas necessidades que definem sua sobrevivência ou até mesmo seu crescimento. E nesse ambiente globalizado, somente empresas competitivas e inteligentes poderão sobreviver, entendendo que o ser humano é o principal fator para o desenvolvimento de sua organização.

A necessidade da melhoria contínua da qualidade de seus produtos e serviços, redução de custos, equipes enxutas, produtividade crescente e diversificada, atualização tecnológica e profissionais altamente desenvolvidos, retratam o ambiente organizacional competitivo.

Aqui, também não poderia deixar de retratar as necessidades individuais dos empregados/colaboradores. Maslow, um psicólogo e consultor americano, apresentou a chamada Teoria da Motivação – segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis formando uma pirâmide. Em sua base estão as necessidades mais baixas, chamadas de necessidades fisiológicas; no topo, as necessidades mais elevadas, as necessidades de autorrealização. As necessidades primárias são representadas pelas necessidades fisiológicas e de segurança e as necessidades secundárias são representadas pelas necessidades sociais, estima e autorrealização.

A área de RH e seus profissionais devem propor ações para que haja a satisfação dessas necessidades secundárias alinhada à sua estratégia. Preocupar-se com treinamento e desenvolvimento, planejamento de carreira, clima organizacional, salários compatíveis com o mercado de trabalho, benefícios, participação nos resultados e retenção de talentos é a chave para o sucesso de qualquer organização. Isso sem esquecer sua comunicação interna, utilizando meios como a Intranet (notícias, informações e conhecimento) e o colaborador com a empresa (opinião, sugestões / críticas e conhecimento).

Para esse novo cenário que não é tão recente, mas que vem se modernizando a cada dia, são necessários profissionais de RH mais apaixonados por pessoas e tecnologia. Pesquisando a área de RH em empresas de pequeno e médio portes, pude observar que grande parte ainda possui o RH Assistencialista, o profissional do antigo DP (Departamento Pessoal), que atua apagando fogo e se responsabilizando além das atividades de sua competência como calcular a folha de pagamento, além da seleção e recrutamento, benefícios, treinamento e desenvolvimento, entre outras atividades.

Esse cenário é alvo de um RH Mecanicista, com foco operacional e burocrático, reativo, lento e centralizador. Mas o RH que retrato aqui e que está trazendo melhores resultados para as organizações é um RH Estratégico, direcionado por uma política e diretrizes transparentes. O RH que toda empresa, independente de seu porte, deveria ter.

Por isso, cabe a todos os gestores de RH trabalhar com uma cultura visionária, antecipando as necessidades da empresa, sendo mais proativos, ágeis, apoiadores e preocupados com o desenvolvimento integral de seus colaboradores.

É fundamental que a área de RH passe a ter um novo papel mais estratégico e menos ferramental. E os profissionais da área deverão estar aptos a ler o contexto empresarial (cultura organizacional, modelos de gestão, ética e responsabilidade social, gestão de marketing, finanças e contabilidade gerencial, gestão do sistema de informação e fundamentos de direito nas relações de trabalho) compreendendo a função do RH como principal responsável pela gestão do capital intelectual, liderando equipes e processos, conquistando seu lugar na empresa e a admiração de seus colegas de outros departamentos.

Sobre o autor:

Paulo Paiva é Psicanalista, Palestrante e Coach. Especialista em Gestão de Pessoas, Paulo impulsiona as pessoas a alcançar resultados em suas carreiras, trabalhar em equipe, vencer desafios e solucionar problemas, tornando-as melhor a cada dia e compreendendo o seu verdadeiro papel diante do universo.

site: www.paulopaivapalestrante.com.br

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