Comunicar e influenciar, os novos atalhos para o sucesso

Juliana Albanez
Juliana Albanez

Em muitos dos processos de Coaching Group que atuei como Coach, percebi como é comum pessoas perderem oportunidades na vida pessoal, social e na carreira por falta de habilidades e conhecimento em comunicação. Muitos se colocam no grupo dos tímidos, mas depois descobrem que entre timidez e introversão existe uma grande diferença. Outros já se enquadram direto na falta de equilíbrio emocional, no impulso e geralmente têm muitas histórias para contar de casos engraçados e outros nem tanto.

O fato é que existem infinitas opções disponíveis para aperfeiçoar a sua comunicação. Diante de tantas demandas como o medo de falar em público, dificuldades em negociação e vendas que se perdem por falta de comunicação, o mercado percebeu rapidamente a necessidade de produtos bem direcionados. Livros, cursos, DVDs e E-Books pipocam a todo instante. E geralmente, já na apresentação do produto, você tem uma boa ideia do que se trata, do tipo de abordagem e qual seu público alvo.

Mas, andando pelas livrarias, percebi que antes de entendermos a comunicação e suas mutantes nuances, é necessário entender nosso novo cenário. E este sim, tem mudado em uma velocidade impressionante.

Vivemos uma realidade em que cada vez mais temos conteúdo, informações, dados e comparativos sobre os mais variados assuntos, mas cada vez temos menos tempo. Do momento em que acordamos até o fim da noite, somos bombardeados por estímulos que geram uma sobrecarga de informações, termo usado pela primeira vez em 1970 pelo futurista Alvin Toffler. Computadores, telefones celulares, e-mails, assuntos tratados por Whatsapp, vídeos nas redes postados instantaneamente e fóruns cada vez mais democráticos nos dão o tom da presença da conectividade e da abundancia de informações full time. Como consequência, vem a nossa incapacidade de absorver toda essa tecnologia e informação disseminada, e daí a necessidade de filtrar e distinguir.

A escassez de tempo é outro fator importante. Dizem por aí que “Time is Money”, mas na realidade é muito mais do que isso. Dinheiro você pode recuperar, tempo, ainda não. Nesse clima de escassez, o tempo tem virado um grande opressor e nossa sensação é de que nunca termos espaço no dia. Estamos sempre atrasados como o famoso coelho de Alice no País das Maravilhas com seu famoso bordão: “É tarde. É tarde. É tarde”.

O fácil acesso à informação, que gera um clima de constante falta de tempo, nos faz rejeitar qualquer apresentação, venda ou conversa que se estenda por muito tempo. Empresas já perceberam isso e hoje dificilmente se permite uma apresentação de mais de vinte minutos sem interrupção. O Twitter ao lançar, em 2003, a obrigatoriedade de mensagens com limite de cento e quarenta caracteres, a princípio deixou muitos indecisos: “Como me expressar em cento e quarenta caracteres?”. Mas se você achou essa ideia um retrato da tecnologia, do mundo digital, se enganou. A ideia vem de telegramas, mensagens rápidas, o Telex de 1935, usadas no passado e que ganham força pela clareza, objetividade e até criatividade para executar um bom poder de síntese.

E se você acha que o mundo tem mudado rapidamente nos últimos tempos, aperte os cintos! O cenário de mudança será mais acelerado e isso já está causando forte impacto na comunicação. A notícia que é importante agora, a noite pode estar embalando peixe. E amanhã você pode acordar e ser surpreendido por uma nova celebridade, fato ou notícia de grande impacto. A tecnologia nos propicia o mundo em nossas mãos, basta um clique e uma imagem, vídeo ou mensagem está no mundo todo. É o poder portátil. Mas a verdade é que nem toda empresa está preparada para tamanha mudança em tão pouco tempo, e por isso vem enfrentado dificuldades.

Esse quadro de sobrecarga de informações, escassez de tempo e mudanças rápidas da informação tem causado grande complexidade. O mundo hoje é volátil e complexo e nesse ambiente é um desafio se comunicar com persuasão e com clareza, objetividade e estratégia.

E nesse cenário surge o Pitch, do inglês “Pitch Elevator”, que sugere uma comunicação expressa: passar ou vender uma mensagem, produto ou serviço em poucos segundos ou minutos, tal como acontece dentro de elevadores. Além de falar sobre o clima, se está chovendo ou fazendo muito calor, essa terminação surgiu de pessoas que queriam plantar uma ideia dentro de pouco espaço de tempo.

Mas você pode estar pensando que isso é só coisa de cidade grande, de arranha céus e grandes corporações, mas não é. Mesmo com o nascimento do Pitch no mundo da tecnologia, das startups, que buscam clientes, investidores ou parceiros, essa maneira rápida de transmitir uma ideia se expandiu e hoje está nas vendas, em apresentações de negócios cada vez mais compactas e até concursos de Pitch foram criados para captação de investimento em áreas públicas e privadas, onde criadores de ideias têm poucos minutos para apresentar uma solução inovadora e encantar os jurados.

Mas você deve estar se perguntando: “Como fazer um Pitch marcante, de sucesso?”. Não existe receita infalível, não é um amuleto mágico que faz uma chuva de investidores e clientes cair sobre você. É preciso primeiramente acreditar no que se diz. Pitch é influência. Você deve acreditar que tudo que tem, que gosta ou que compra foi produto de suas próprias escolhas, mas dificilmente isso aconteceu.

A influência está presente em todo momento, você é influenciado o tempo todo, mas também pode influenciar. E para influenciar em um curto espaço de tempo, é preciso técnica, e é isso que consiste o Pitch.

O mundo mudou, as pessoas mudaram e por que a comunicação não mudaria? Políticos, vendedores, empresários, investidores que não se adaptarem a esse mundo efervescente, volátil, dificilmente terão sucesso com uma comunicação insossa, cheia de informações, sem dinamismo, clareza e objetividade. Mas mais do que isso, entusiasmo e brilho nos olhos.

O Pitch é o trem passando, o cavalo selado, a oportunidade de ouro que está em suas mãos e que, para reluzir é preciso brilho nos olhos.

Sobre a autora:

Juliana Albanez é Personal & Professional Coach, palestrante e jornalista. Especialista em Comportamento, Liderança Feminina, Gestão Pública e Comunicação, Juliana já levou suas palestras, treinamentos e sessões de coaching para milhares de pessoas no Brasil inteiro. Suas apresentações já lhe renderam os mais positivos feedbacks, principalmente de pessoas que deram a volta por cima em suas vidas e carreiras, graças aos seus conceitos e ensinamentos.

Site: www.julianaalbanez.com.br

* As ideias e opiniões expostas nos artigos e matérias publicados no Portal RHevista RH são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

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