Carreira versus as Soft Skills e as Hard Skills

Bernadete Pupo

Foi se a época em que o mundo corporativo valorizava quase que exclusivamente as competências técnicas dos profissionais, as  chamadas de Hard Skills. Os tempos eram mais estáveis e a competitividade menos acirrada. Basicamente não havia concorrência. Vender carros então, quase que se limitava a emissão de notas fiscais. Mas esse tempo passou e mudou severamente… A globalização e a própria tecnologia vem trazendo expressivas mudanças, tanto no perfil das organizações, cuja velocidade para alcance dos resultados e para vencer a concorrência é muito maior, como no perfil dos profissionais, que hoje devem demandar muitos esforços para acompanhar esse frenético movimento competitivo de resultados, de metas e de alto desempenho, impostos pelo mundo corporativo.

Os empregadores valorizam sim as competências técnicas dos profissionais, porém, eles estão à procura de algo além – estão em busca das chamadas competências comportamentais ou as Soft skills. No entanto, tem-se observado que essas competências são muito mais difíceis de treinar, ensinar e desenvolver que as competências técnicas ou as denominadas Hard-skills.

As soft skills estão relacionadas às atitudes comportamentais que são inatas ou podem ser aperfeiçoadas pelas pessoas, estando diretamente ligadas com a inteligência emocional, com as habilidades que determinam a capacidade de relacionamento interpessoal, diferenciando de forma positiva um profissional dos seus colegas no ambiente de trabalho.

O que se tem observado é que caso o profissional seja bem sucedido em uma entrevista de emprego e admitido exclusivamente por sua capacidade técnica, com certeza para se manter no trabalho ou mesmo para ser promovido precisará desenvolver as habilidades  Soft skills.

Sem dúvida que é muito mais fácil avaliar o conhecimento técnico do profissional no momento da entrevista, levantando as habilidades e sua capacidade para realizar um determinado tipo de trabalho, podendo ser comprovado através da sua experiência ou pelo registro em carteira profissional.

Já as competências relacionais, as Soft skills, são mais difíceis de serem mensuradas no momento da entrevista, por se tratar de habilidades mais subjetivas ligadas ao comportamento.

Nos dias atuais existem diversas ferramentas de assessment, ou análise de perfil, que estão cada vez mais sendo utilizadas por profissionais da área de gestão de pessoas. Elas servem para avaliar as competências comportamentais, levando em consideração os traços de personalidade do profissional, tais como otimismo, responsabilidade, senso de humor, integridade e habilidades que podem ser praticadas no dia a dia, como a empatia, o trabalho em equipe, a comunicação, a negociação, o equilíbrio emocional, dentre outros. Tais ferramentas ajudam as empresas no estabelecimento de métricas para selecionar e recrutar, avaliar o desempenho dos colaboradores, e ajudar principalmente o profissional de modo que ele perceba seus pontos fortes e as áreas a serem trabalhadas para melhorar ainda mais o seu desempenho pessoal e profissional.

Vejamos o exemplo de um profissional que passa cerca de 8 horas por dia no ambiente corporativo, atendendo clientes com diversos tipos de temperamento e expectativas, convivendo com pessoas que são, muitas vezes, bem diferentes da sua forma de pensar e agir. Soma-se a isso as pressões por prazos, situações de estresses provenientes do ambiente de trabalho, ansiedade pelas metas e resultados a serem atingidos. Diante deste contexto de alta demanda de competitividade, torna-se fundamental a busca do equilíbrio entre as habilidades Soft skills e Hard skills, aprimorando a inteligência emocional para compreender o outro, ampliando suas interações para um melhor desempenho da equipe.

Se você se interessou pelo tema e quer aprofundar o seu conhecimento, sugerimos a leitura do livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman, que nos revela que o QI (Quociente de Inteligência) de uma pessoa não é garantia de sucesso e felicidade e em contra partida, comprova que pessoas que conseguem controlar os seus impulsos, que tem persistência, empatia e habilidade social, apresentam trajetória de vida de sucesso. Em outras palavras demonstra que de nada adianta possuir excelência nos conhecimentos técnicos- hard skills se não tiver desenvolvidos as soft skills e especialmente o equilíbrio entre elas.

Sobre a Autora: 

Bernadete Pupo é profissional Coach e atua com programa de desenvolvimento de carreira individual e corporativo. É consultora de RH e docente universitária.

e-Mail: bernadete@gestaoderh.com

Site: www.gestaoderh.com

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