O que você faz X Quem você é

Quero compartilhar com o leitor uma situação bem típica nas empresas: colaboradores admitidos pelo que fazem e demitidos pelo que são. Há muita gente experiente, com bom currículo e alta produtividade, mas sem habilidade para lidar com pessoas, sem equilíbrio emocional, se desestruturando diante de frustrações e, infelizmente, com falta de caráter.

O que as empresas consideram importante em um candidato não se observa claramente nas entrevistas. Se são honestos, comprometidos, equilibrados ou mentirosos, egoístas e maldosos – nada disso está obviamente estampado na pessoa. A essência do ser humano só é percebida na prática do dia-a-dia, na “nudez” de máscaras. Pode-se até ludibriar o selecionador e burlar – parcialmente – um teste psicológico (existem vários sites que “desvendam os segredos” de alguns), mas a sua permanência na empresa dependerá muito de quem você é realmente. E se o que você é não tem agradado a você ou aos outros, inclusive às empresas por onde tem passado, procure transformar-se. Busque ajuda, se preciso e se possível.

Não se perca para a mentira, fofoca ou egoísmo. Ao invés disso reencontre a honestidade, a ética do sigilo, as atitudes altruístas e enriquecedoras em seu trabalho. Infelizmente, estamos nos conectando com o mundo e nos desconectando uns dos outros. Importamo-nos em crescer para fora e não amadurecemos o interior. No trabalho, nos esforçamos para obter sucesso, mas fracassamos ao desenvolver valores morais e sociais essenciais.
Que no mercado de trabalho haja mais oferta de trabalhadores cujos rótulos podem até não serem os mais atrativos, mas cujo conteúdo seja realmente transformador, capaz de construir empresas relevantes, com profissionais de nobres valores e belos caráteres. E que esse profissional, caro leitor, seja você!

Desenvolver valores positivos no trabalho é vantajoso para todos. O nível de produção aumenta, cria-se um ambiente de trabalho mais harmonioso, respeitoso e agradável, aumenta-se o índice de confiança entre os colaboradores e desenvolve-se sentimentos de afeto, solidariedade e saúde emocional entre todos.

Sobre a Autora:

Patrícia Simões Sena Soares é Psicóloga organizacional, psicanalista e palestrante há 16 anos. Atua ativamente na área de treinamento e desenvolvimento de pessoas, elaborando projetos de melhoria e ferramentas de gestão. Também trabalha como psicóloga clínica e desenvolve ações de Qualidade de Vida para os colaboradores da organização em que atua.

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