Delegação – as Vantagens, as Etapas e os Bloqueios à sua Utilização

Helena Rollo

Sendo este artigo a continuação do anterior, começo este como acabei o anterior, citando Peter Drucker: “Qual é a decisão mais importante que um executivo tem de tomar? Quem faz o quê!”

Na realidade esta decisão é fundamental para que se possa pôr em marcha a delegação de tarefas! Quem faz o quê?! Para que o gestor consiga responder a esta pergunta deve primeiro que tudo saber distinguir o que é importante do que é urgente. Um assunto urgente na maioria das vezes pode ser delegado, já um assunto importante serão poucas as vezes que deve ser delegado.

A delegação, desde que correctamente aplicada, apresenta Vantagens tanto para o gestor como para toda a organização, como sejam:

  • Permite ao gestor ter tempo para se dedicar ás acções de carácter estratégico.
  • Prepara os delegados para maiores responsabilidades.
  • Aperfeiçoa as competências da equipa e melhora o espírito de equipa.
  • Ajuda os colaboradores a desenvolver o seu potencial.
  • Permite ao gestor observar de forma sistemática o desenvolvimento dos seus colaboradores.
  • Existe uma maior satisfação dos objectivos profissionais e pessoais dos colaboradores.
  • Verifica-se um progressivo aumento da autonomia dos colaboradores e a consequente evolução da organização.

Apesar de todas estas vantagens são poucos os gestores que usam esta função. As razões principais são: a incapacidade de muitos gestores em seleccionar as tarefas realmente importantes e que devem ser feitas por ele e/ou um conjunto de crenças e receios que constituem os denominados Bloqueios á delegação.

Os Bloqueios á Delegação são maioritariamente provenientes do Medo!

  • Medo do delegado não ser capaz de fazer o trabalho.
  • Medo de prescindir de uma tarefa que sabe fazer bem, apesar de não ser importante.
  • Medo que os superiores considerem que pensar, planear e reflectir não seja trabalho.
  • Considerar que ficará mais sobrecarregado e com menos tempo por ter que explicar a tarefa ao delegado.
  • Medo de ser ultrapassado.

Este último é sem dúvida o maior medo dos gestores, no entanto, um gestor deve saber tornar-se substituível! Existe um ditado, que foi referido por um dos meus colegas de grupo, que diz: “Não seja insubstituível! Se não puderem substituí-lo, nunca será promovido”.

O processo de delegação é complexo e deve ser feito de modo cuidadoso, criterioso e seguindo as várias Etapas do Processo de Delegação:

  1. Seleccionar as tarefas a delegar.
  2. Escolher o delegado.
  3. Ensinar a tarefa.
  4. Controlar a tarefa delegada.
  5. Avaliar os resultados

Para seleccionar as tarefas o gestor tem que fazer algumas perguntas a si próprio:

  • Das tarefas que estou a fazer quais as que precisam de ser feitas?
  • Das que devem ser feitas e que normalmente faço, quais as que posso delegar?
  • Estou psicologicamente preparado para delegá-las desde já?
  • Tenho algum colaborador subaproveitado e disposto a agarrar esse desafio?

As tarefas a delegar não se podem dissociar dos delegados, ou seja, só devem delegar-se tarefas a quem pode desenvolvê-las com relativa autonomia e é responsabilidade do gestor definir de modo claro e realista os objectivos da tarefa, disponibilizar os recursos, estabelecer prioridades, estimar o tempo necessário e estabelecer pontos de controlo.

Das 5 Etapas da Delegação as que considero mais difíceis de pôr em prática são o Ensinar a tarefa e o Controlar a tarefa delegada. Ensinar implica tempo e gosto em transmitir saber. Controlar implica um acompanhamento e supervisão do trabalho que está a ser desenvolvido. Muitas vezes o gestor esquece completamente  o controlo.

A maior falha da delegação é a falta de Controlo! Delegar não é esquecer. Delegar é ensinar, acompanhar, controlar.

obs: este artigo, propositadamente, foi postado em sua formatação original, com o português normalmente utilizado em Portugal!

Sobre a autora:

Helena Rollo é Licenciada em Engenharia Civil pelo IST – Instituto Superior Técnico – Lisboa. Pós-Graduação – módulos em Gestão de Projectos e Comportamento Organizacional. Practitioner em PNL – Certificação Internacional pelo ITA – International Trainers Academy of NLP. Project Management e Especialista em Infra-estruturas Hidráulicas em projectos como a EXPO’98 e o Metro do Porto. Directora de Departamento e de Projecto na empresa DHV – Empresa de Projecto, Consultoria, Gestão e Fiscalização.

e-mail: mhrollo@sapo.pt

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