Estilo H: O Modelo Definitivo de Liderança

Floriano SerraDesde que, na década de 50, Douglas McGregor lançou as duas teorias X e Y, o pessoal não parou mais de criar novos modelos de liderança usando letras – e hoje o alfabeto não tarda a se esgotar. Nesse estoque de modelos, há os interessantes, outros óbvios e alguns até preconceituosos – como aquele que estabelece faixa de idade, MBA no mínimo e vivência internacional para o profissional se enquadrar na letra. Pobre daqueles competentes que já passaram da idade limite ou não tiveram condições de pagar uma pós e muito menos de sair do País…

Para não perder esse bonde, decidi lançar minha letra – isto é, meu estilo recomendado e identificado por uma letra: a H.

O que preconiza o Estilo H de liderança? Uma gestão Humana. Simples assim. Para o Estilo H, não interessa formação universitária, idade, sexo, raça, religião e outros babados. Interessa ser gente.

Para ser um líder Estilo H, é preciso gostar de pessoas mais do que de números. Porque são as pessoas que fazem os números – desde aqueles que representam lucros e doações aos necessitados, até aqueles que fazem parte das fraudes e desfalques financeiros que desencadeiam crises na economia global.

Para exercer o Estilo H, é preciso entender que resultados – bons ou maus – acontecem porque há pessoas que são ou não comprometidas, com e sem competência, com ou sem caráter. E que é preciso reconhecer e prestigiar os comprometidos, os competentes e aqueles de bom caráter – e orientar os outros para que revejam suas opções.

Para adotar o Estilo H, é preciso que o gestor goste de Pessoas. É o mínimo que se pode esperar de quem lidera aqueles que são responsáveis pelos resultados. Gostar apenas de números não os torna necessariamente positivos. É o trabalho das pessoas que promove essa alquimia.

O líder que usa o Estilo H sabe o que é empatia e a pratica todos os dias, com todos. Porque pessoas são sensíveis e antes de magoá-las com ações e palavras, convém imaginar a dimensão dessa agressão. Más ações e más palavras jamais cicatrizam. O líder H é generoso e gentil com todos. Se não o for com o faxineiro, o garçom, o balconista e outros trabalhadores anônimos simples e humildes, você estará a anos-luz de ser um líder H.

O líder H sabe que em todo negócio há riscos e preços a pagar, mas tem consciência de que não pode se expor aos riscos nem promover sacrifícios à custa da saúde, da tranqüilidade ou até da vida do seu colaborador. Justamente por isso, ele não define metas manipuladoras e inatingíveis que só geram frustrações e sugam energias em vão.

O líder H, através de ações e palavras, faz com que todo colaborador se sinta respeitado, admirado e importante – todo dia. Ele sabe que nenhum parafuso, nenhuma porca é menos importante que a mais importante peça de uma engrenagem. Com certeza essa peça está amparada por minúsculos parafusos.

Enfim, o líder Estilo H tem plena consciência de que o lucro é importante para toda empresa e que é preciso dar o melhor de si e orientar sua equipe para obtê-lo – desde que esse esforço não violente a auto-estima, nem a segurança de quem quer que seja.

Ser H é simples assim. Sem firulas e sofisticações. Para um profissional ser H, basta não se esquecer da condição e da essência humana. O resto vem em conseqüência. Quanto às demais letras dos outros estilos…

Bem, se não gerarem sinônimos do que representa o H, pode dispensá-las.

Sobre o autor:

Floriano Serra é psicólogo, consultor, palestrante e facilitador de seminários comportamentais. É diretor-executivo da SOMMA4 Gestão de Pessoas, autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano. Ex-diretor de RH de empresas nacionais e multinacionais.

e-mail:  florianoserra@terra.com.br

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2 Respostas para "Estilo H: O Modelo Definitivo de Liderança"

  1. O texto foi muito útil para mim Floriano, estou iniciando uma carreira na área de Recursos Humanos onde pretendo chegar a Diretor de RH. Quero parabenizá-lo por seu trabalho.

  2. Seria muito bom que na prática todos os líderes agissem desta forma.

    Se todos entendessem que é preciso valorizar as pessoas; que são elas que atingem os números importantes para todas as empresas. Não vou dizer que acho que esta teoria não funciona porque felizmente ainda existe muitos bons líderes.

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