Um Cadinho de Pausa para Rever…

Cristina Piton
Cristina Piton

Nosso ano está quase chegando ao meio e sempre um bom momento para fazer uma avaliação dos resultados atingidos até então. Mas curioso que, ao olhar em torno, parece que a reação das pessoas tem alguma afinidade quanto ao objetivo que cada um tem que atingir, seja meta pessoal ou profissional.

Primeiramente gostaria de fazer uma breve reflexão sobre o que as pessoas pensam neste momento de avaliação de resultados e, pesquisando, entrevistando ou mesmo jogando conversa fora, a linha de raciocínio não parece fugir da lista pragmática: uns querem ser promovidos e tem se dedicado à isso, outros querem atingir metas financeiras que permitiriam a troca de casa, carro ou até mesmo proporcionar o tão sonhado colchão financeiro, outros mais estudiosos querem concluir seu MBA para também atingir outro patamar de colocação profissional. A verdade é quem ninguém faz nada se não houver um link com algum desejo ou emoção, que intimamente está ligado à famosa MOTIVAÇÃO.

Também existe uma outra fatia que fica paralisada pelo medo de agir, de quebrar a cara, de investir e não obter o resultado esperado, talvez um pouco de insegurança, as vezes uma experiência passada sofrida ou até mesmo uma forma de pensar pouco otimista por motivos desconhecidos. Enfim, a grande questão nisso tudo é que estamos todos no mesmo ambiente geográfico e isso tudo se comunica de uma forma ou de outra gerando comparações e destas comparações manifesta-se a felicidade pela tangibilidade ou muita frustração pela impossibilidade de realização do que quer que seja.

E o ponto que gostaria de frisar é neste zoom das questões da vida. Quando você vai ao supermercado e avalia dois ou mais produtos e conclui que eles tecnicamente são iguais, mas com custos muito discrepantes, perguntamos intimamente, o que de fato os diferencia: a marca, a estrutura que a empresa possui ao elaborar este produto, as taxas se são produtos nacionais ou importados, a embalagem se é mais ou menos sofisticada, o tipo de matéria prima que foi utilizada em cada um deles, puro e nobre , se aquela empresa é estabelecida como marketing mind no mercado e se foi a pioneira de lançamento…enfim, não quero elocubrar sobre as infinitas possibilidades, mas quero ressaltar que entre as pessoas, os seres humanos estas diferenças também se destacam em toda a situação em que elas são comparadas. As pessoas também são rotuladas pelo que adquiriram na vida, pela origem que têm, pela nobreza de caráter, pela finesse de estilo, pela roupagem que usam e isso se estabelece dentro das organizações e na vida, separando o joio do trigo. Nesta linha de raciocínio ainda, se olharmos para nosso presente, vemos a China penetrada no Brasil e no mundo de uma forma tão intensa e incisiva, ao mesmo tempo sem alarmar, sem buscar propaganda ou divulgação, é uma entrada permitida e até camuflada, de forma crescente e acelerada que nós mal nos damos conta de que eles estão substituindo  toda a nossa produção interna por produtos similares feitos sabe Deus como, claro que sabemos de fato como  é feito, mas nem nos atrevemos a discutir. Mas, produtos estes, que só vamos descobrir sua origem de fato, quando vamos tirar sua etiqueta para o uso pessoal ou domiciliar a um custo bem abaixo de qualquer outro comparado. E neste pensar, volto para a questão humana, se quando queremos tangibilidade de seja o que for, como de fato vamos atingir esta meta quando estamos sendo obstruídos por forças nada controláveis, políticas de interesse. O remar passa a ser apenas uma distração e não uma ferramenta para chegar ao destino, pois a maré é totalmente contrária aos planos. O ser humano busca incessantemente ser mais esperto, mas inteligente, mais estratégico e quando paramos para analisar há um outro lado do oceano que faz o que o cliente pedir. Quer um produto mais barato? Eu faço, quer um mais caro? Também faço. Quer um produto que dure pouco, eu faço, quer outro que dure muito, eu também faço…e cá estamos nós pensando se este mecanismo se estabelecerá com as pessoas, já que de alguma forma, há possibilidades de descarte, de uso abusivo, de  exploração. Se sempre comparamos com o concorrente, o modus operante para estabelecer os devidos ajustes, temos que pensar nas pessoas. Contingente populacional temos, pessoas disponíveis para o mercado também, e necessidade de sobrevida, sem dúvida…

Há que se estancar esta sangria desatada de nossos produtos não conseguirem competir devido a nossa política desatinada, de impostos corrosivos e de pessoas que se permitem ser manipuladas como marionetes onde quer que estejam. Temos que pensar de que lado queremos estar e de que forma, uma vez que a globalização faz varreduras como ponto negativo, engole sem pedir licença.

O mundo precisa de pessoas pensantes para alinhar estrategicamente, mas em linha de produção não se faz necessário MBA, idiomas e experiência comprovada, basta apenas apertar os botões certos na hora certa, hoje também ao ponto de descartar pessoas, pois até mesmo para que as máquinas funcionem já existem programas automáticos que o fazem…Então pergunto: daqui há vinte  anos, o que as pessoas estarão fazendo com seus diplomas, sua diplomacia e todo o seu investimento intelectual?

Haverá espaço para todos? Haverá harmonia entre os bem sucedidos e mal sucedidos? As funções que hoje você desempenha é estável e provável nos próximos vinte anos? O seu conhecimento e experiência de hoje garante sua permanência no mercado de trabalho? A China será a capital do planeta? O Brasil acredita que se manterá inabalável? Que tal este cadinho de tempo para pensar e discutir. Bom pensar e, me enviem as respostas  assim que as atingirem.

 

Sobre a autora:

Cristina Piton: Consultora há mais de 16 anos em Gestão Humana e Qualidade Total. Graduada em Educação Física pela FEFISA, pós graduada pela USP em Neurofisiologia Cardiovascular, Jornalista graduada pela FIAM. Atuação em treinamentos e palestras voltadas à gestão humana, expertise em assessoria geral de Call e Contact centers. Formou-se  na Fundação Getúlio Vargas em diversos temas voltados ao comportamento humano e é sócia diretora da CP ONE INTELIGÊNCIA EM TALENTOS HUMANOS.

site: www.cpone.com.br   

email: cristinapiton@cpone.com.br

 

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