Percebendo a Realidade

Rita Alonso
Rita Alonso

Se tem uma historinha que gosto de encerrar uma de minhas aulas de Recursos Humanos é a dos Cinco Cegos…

Pois bem, pediram a cinco cegos para descrever um elefante, e o primeiro disse que o elefante era um grande casco de tartaruga porque estava em cima do elefante.

O segundo cego disse: – Você está errado… elefante é uma grande serpente, pois estava apalpando a tromba do elefante.

O terceiro cego ficou irritado e disse: – Mas, o que é isso meus amigos, eu é que sei o que é um elefante… é um grande lençol macio e felpudo… Ele estava tocando a orelha do bicho.

– Nada disso -retrucou o que examinou a pata – eu analisei cuidadosamente o bicho. Trata-se de um tronco de árvore pesado e forte.

E o último cego:- Tudo errado! Vocês estão loucos! Elefante não passa de um frágil chicotinho… berrou segurando o rabinho do elefante!

E as discussões se seguiram, sem é claro, chegarem a nenhuma conclusão…

Agora eu pergunto a você: Qual dos cegos tinha razão?

Na verdade, quanto menos parcial for a nossa percepção da realidade, mais chances temos de nos aproximar do todo e melhor entendermos a realidade à nossa volta. E, ainda, se não formos flexíveis e procurarmos entender as razões do outro, não poderemos rever as nossas percepções e chegar a novos aprendizados.

A moral da história para nós profissionais de RH é ter muito cuidado na análise de cada candidato… Cuidado para que impressões pessoais e “pré-conceitos” não interfiram negativamente no julgamento do candidato.

Trabalhamos basicamente como num controle de qualidade: Este candidato serve. Este não. Portanto, é necessária uma reflexão diária para estarmos atentos a este tipo de seleção.

Lembrar sempre que nossas verdades não são eternas. Lembrar que existem outras verdades e que vamos encontrar candidatos que não têm valores iguais aos nossos; percepções diferentes da mesma realidade e nem por isso iremos desclassificá-los do processo seletivo.

Lembrem-se: até um relógio parado consegue estar certo duas vezes ao dia…

Pense nisso e fique bem…

 

Sobre a autora:

Rita Alonso: Professora de Recursos Humanos da Universidade Estácio de Sá há 20 anos.Instrutora dos Cursos do SEBRAE, SENAC e SESC. Funcionária há 25 anos da Riotur/Controladoria Geral do Município. Desenvolve trabalhos de consultoria organizacional,ministra treinamentos e palestras motivacionais.

site: www.ritaalonso.com.br

e-mail: ritaalonso@ritaalonso.com.br

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36 Respostas para "Percebendo a Realidade"

  1. José Elesbão de Oliveira · Editar

    Rita, parabéns por ter este conceito…o ser humano no caso cada profissional tem sua vivência, experiências únicas desenvolvidas ao logo de sua vida  e os fatores externos contribuem também para o perfil de cada indivíduo, ou seja, é melhor a busca pela qualidade do indivíduo do que seu “defeito”.

  2. Concerteza este texto é uma realidade. Muitas vezes somos discriminados ou discriminamos dos demais por descordarmos dos pontos de vistas, e não seguirmos os mesmos conceitos e por isso consideramos que sua presença torna-se dispensável.E às vezes estamos comentemos um grave erro.

  3. Olá querida!

    Amei sua consideração final. O Ser Humano, por mais que tente dizer que não é preconseituoso, na verdade é. Pois este existe não somente em cor, raça ou classes sociais, ele está em todas as partes e por todas as partes. Mas amei esse seu comentário e até estou repassando, para umas pessoas que precisam se alto coencetizar. Bjs!!!!

  4. Rita Maria-DF. · Editar

    :wink:Olá Xará!Boa tarde!Obrigada pelo convite!
    Achei interessante as observações. Acima de tudo,  acredito que devemos sempre aceitar e, de forma positiva, valorizar as diferenças.Todos nós temos algo de bom para  ser despertado, estimulado.
    Afinal, somos ferramentas dentro de uma grande oficina, onde cada um tem seu próprio valor e, o mais importante é nos darmos conta disso, sem desvalorizar o outro.
    Grande abraço!

  5. Adelina Paula da Silva · Editar

    Se todas as vezes que deparássemos com outro  ser humano nas nossas vidas lembrássemos dessa história, não haveria tanta injustiça nesse mundão de meu Deus, pois basta um momento passar ou vermos de outro angulo , mudaríamos de opinião sobre nossos irmãos em Cristo.

  6. Olá Rita,

    Lendo o seu artigo, penso que ele está em nosso cotidiano. Tenho certeza que muitas vezes somos os cinco cegos em avaliar alunos, amigos e até mesmo nossos familiares. Sendo assim refletir sempre sobre nossas ações principalmente quando temos conhecimentos para fazê-los. Abraços !

  7. Olá minha querida amiga Rita Alonso, os seus artigos são ótimos.
    Em minha opinião, as diversidades de opiniões são bem vindas e necessárias para uma evolução Humana e Social de qualidade.
    Devemos ter sim a consciência, que pontos de vistas diferentes dos nossos muitas vezes nos trazem uma mudança de opinião, isso quando temos a humildade e paramos para analisar observando todos os pontos de vistas possíveis.
    Sendo assim tenho comigo que devemos respeita os nossos semelhantes e a sua maneira de enxerga as coisas, mesmo que não concordamos, pois o que seria do azul se todos gostassem somente do amarelo, nem todos os habitantes deste mundo querem as mesmas coisas, porem, Eu, acredito que a oportunidade de ter ou não seja dado para todos, pois isso faz parte de uma democracia, sem falar que é justo.
    Parabéns minha amiga seu artigo é um bom exemplo de diversidade de opinião ninguém estava totalmente certo ou errado, o importante que os cinco cegos convidados tiveram a oportunidade de analisar e dá as suas opiniões.

    Abraços!

  8. Cibele Furtado Mendes · Editar

    Seu texto me faz refletir situações  na própria vida, quando penso ter certeza  e agora estou  parando pra pensar se estou errada.  Você viu  no meu face”prato de arroz” ? dê  uma olhadinha.Bjs

  9. “O pré julgamento é muito comum, mas nem sempre é o mais correto. Você pode dizer uma frase pensando num determinado sentido, umas pessoas podem interpretá-la do mesmo modo que você, porem outras podem interpretá-la completamente diferente. Isso depende muito do momento e da vivência que elas estão passando naquele instante.”

  10. Andreia Pinheiro · Editar

    Muito bom!!!! Sempre me lembrarei desta história e vou utulizá-la.
    Abraço e Feliz 2013!!!!

  11. Rita,
    você está se referindo ao perigo do uso excessivo do ego! isso dá pano pra manga…uma verdade aceitável reside no fato de ser cada vez mais imperativo no mundo atual um certo desuso do dele (foi necessário a partir do surgimento da linguagem) em prol da grande necessidade da consciência de que cada indivíduo é parte integrante de todo o sistema: nós NÃO estamos dentro do mundo (ou do universo), mas somos o próprio, como células que somente ganham função e sentido em sinergia com as outras bilhões existentes, diferentes, complementares ou antagonistas, porém igualmente necessárias. Grande abraço!

  12. Sandra Coutinho Guilhome · Editar

    Olá Rita!!!
    Amei tua “historinha”, pois gosto muito dessas mensagens!
    gostaria de te conhecer melhor e trocarmos experiências, pois sei que vais agregar muito a minha vida.
    Vou te convidar face e seria muito gratificante para mim se você, humana como parece ser, me adicionasse para podermos conversar.
    Tenho também skype: sandra.guilhome
    Um abraço e um feliz 2013!!!

  13. Elenice Sander · Editar

    Ótima Mensagem, vou aproveitar e tentar começar um 2013 ainda melhor……realmente a conclusão depende do foco de quem esta olhando….

  14. Celso Gagliardo · Editar

    Rita, excelente seu alerta aos especialistas de contratação de gente. Realmente pode haver erros de avaliação por idéias pre-concebidas.

    Uma dica prática é observarmos firmemente dentro das organizações como as pessoas são diferentes e como contribuem, cada uma ao seu modo, para o sucesso da organização. Não dá para nivelar conforme o que achamos mais adequado, até porque vivemos da diversidade, e na diversidade. 

    Isso pode ajudar para chegarmos à necessária isenção. Além do que o candidato tem que ser avaliado à luz do perfil da vaga, de seu momento e expectativas, e de valores da empresa.

    Feliz Ano Novo !

  15. Paulo Rogério · Editar

    Muito bom! Verdade pura deve-se pensar no outro e nas dificuldades que eles tem em algumas situações.

  16. Ricardo Marchette · Editar

    Rita,  você deveria  aproveitar  suas   habilidades  para  um artigo sobre preconceitos quanto a IDADE dos  candidatos   lei  os comentários no LINKEDIN   profissionais cinquentões  

  17. Rita, o pré conceito interfere em tudo em nossas vidas, vale sempre lembrar.
    bjo e sucesso sempre

  18. Kelly Cordeiro · Editar

    Linda reflexão para este início de 2013.
    Parabéns mais uma vez Rita pela sua coragem, pelos seus belos toques motivacionais e pelos seus artigos que são bem reflexivos.
    Beijos e um ótimo início de ano =D

  19. Deolinda Batalim · Editar

    Rita Alonso, são valiosos os seus estudos e eu agradeço o privilégio que me concede de partilhá-los comigo. É uma história muito realista para ilustrar quanto podemos errar em analisar situações, objectos e, principalmente, pessoas partindo de pressupostos poucos abrangentes. É como julgar um caso na justiça, a nossa analise de factos cinge-se apenas a factos que conhecemos e que damos como certos e verdadeiros. Mas se não forem certos ou verdadeiros? E se aparecerem novos dados? A nossa visão tem forçosamente que ser alterada. Logo, de facto, quanto mais abrangente e exaustivo for o nosso conhecimento mais hipóteses temos de errar menos. Obrigada amiga por me mostrar e lembrar que quanto mais despojados de preconceitos e opiniões pré concebidas melhor poderemos avaliar até mesmo as pessoas com quem nos relacionamos no dia a dia.

  20. Rejane Reigadas · Editar

    Bom Dia Rita

    Eu admiro muito a carreira que você escolheu. Analisar, criticar e decidir sobre uma pessoa, não deve ser fácil, ainda mais que essa avaliação vai decidir se ela serve ou não para determinada função. Mas é como você diz… cada pessoa é única, realidade diferente, modo de ver e identificar as coisas também  e isso não significa que ela não é capaz, mas sim que ela pode aprender, ou melhorar nisso ou aquilo outro. Parabéns pelo artigo. Te admiro. bj grande.

  21. Oi Rita,
    Como sempre, adorei o seu artigo. Acho que todos nós devemos tomar cuidado ao julgarmos as pessoas pelo nosso olhar, ao fazermos isso, estamos avaliando sob a ótica dos nossos valores aprendidos e tomados como se fossem verdades absolutas, quanto mais, quando estamos na posição de selecionarmos candidatos para um emprego. Lembrar que julgamos pela percepção que temos da realidade, sem levar em consideração a verdade do outro, pode nos levar a decisões precipitadas e erradas, ao passo que, se nos dispusermos a ouvir o que o outro tem a dizer, com certeza, vamos estar flexibilizando a nossa verdade com a do outro e agregando novos modos de olhar para situações que nos são impostas sem ao menos questionarmos, além de darmos a oportunidade para que bons profissionais com ideias diferentes das nossas, mas inovadoras possam mostrar o seu potencial.

  22. Professor Gildo Faria · Editar

    Rita, boa noite. Seu artigo como sempre nos mostra comportamentos reais do nosso dia a dia. Veja bem ao analisarmos um candidato, o entrevistador deve manter o foco nas reações do mesmo, para identificar ações e reações das respostas. É claro que não podemos ter nenhum tipo de preconceitos. Lembra o que eu falava em sala de aula, quando tive o prazer de ser seu professor na UNESA, olhar de preferência sem piscar, pois os olhos nos revela a verdade, não precisa ser absoluta, basta ser a verdade de cada um, pois cego é aquele que não quer enxergar, só vê aquilo que o convém. Rita você sabe, não é novidade para você, eu atuei anos na área comportamental de análise de vários hospitais, clínicas e empresas e a verdade é uma só, quando colocamos os olhos nas pessoas, elas tremem isto é normal, agora cabe ao entrevistador estar preparado e saber relaxar o olhar, demostrando ternura no olhar, precisão nas perguntas e respostas ponderadas ao candidatos, deixando-o tranquilo e às vezes ensinando o mesmo até a respirar. Conclusão: Não existe uma verdade única, cada pessoa tem uma análise própria daquele momento que ela se encontra. Eu lembro muito bem, quando uma pessoa me pediu para eu desenhar uma árvore, e eu desenhei fiz até o risco demostrando a base da árvore. Logo em seguida a pessoa me perguntou, que árvore é esta ?  E eu respondi prontamente, uma mangueira e a pessoa assustada disse: Mais não parece uma mangueira, e eu respondi: é a minha mangueira é como eu a vejo, ela riu sem graça e disse: Muito bem, você está certo !!!  e eu respondi: Eu vejo assim !!!!      Beijos eternos no seu coração…   Só tenho que tornar a te dar nota 10…     Parabéns….   Eu te adoro minha linda !!!  

  23. Realmente é muito boa esta metáfora dos cegos! Vou mostrá-la para uma amiga que está fazendo RH. Super concordo com tudo o que você disse! Não podemos deixar de ouvir as razões do outro, pois, por mais boba que possa parecer pra nós, o outro sabe o motivo pelo qual está falando ou fazendo tal coisa. Beijos

  24. Heloisa Guttmann · Editar

    Parabéns pelas observações , está na hora de terminarmos com os pré-conceitos, a pior cegueira é a do nosso interior !! 
    beijoss   😉

  25. Olá RITA……….

    Parabéns pelo conteúdo do seu artigo. Excelente a metáfora dos cegos sobre a escolha de bons candidatos. Aproveito para acrescentar que, durante a entrevista, os bons entrevistadores devem eliminar todas as influências negativas que podem ser relativamente naturais como preconceitos culturais, sociais, de sexo, cor, etc.
    Os problemas pessoais íntimos, as antipatias profissionais, as opiniões particulares, os julgamentos sem fundamentação real ou os medos e as pressões corporativas também devem ser deixados fora da entrevista, se quisermos diminuir o risco das contratações. 
    Mais uma vez……parabéns pelo texto.
    Um abraço e FELIZ 2013
    Julio Cesar S. Santos

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