3 Princípios Para Adoção de Ambientes Virtuais nas Empresas

Gisela Kassoy
Gisela Kassoy

A forma como trabalhamos, estudamos, compramos e nos relacionamos muda continuamente. Até que ponto as empresas acompanham a mudança?

Os ambientes digitais mudaram tudo em nossas vidas. Desde a forma de comprar, estudar, conversar, até a forma como muitas pessoas encontram seus companheiros afetivos.

Entretanto, muitas pessoas utilizam ambientes virtuais baseados em paradigmas ultrapassados, confiando ou desconfiando demais do comercio eletrônico, abrindo intimidades no Facebook e assim por diante.

No ambiente organizacional, ainda há quem acredite que inserir dados na intranet é perda de tempo, que compartilhar conhecimento coloca empregos em risco e assim por diante.

Que a tecnologia é vital para as empresas está claro. Mas será que todas as pessoas em uma organização querem ou conseguem acompanhar as mudanças que ela demanda? E será que a cultura da organização favorece as mudanças?

E como criar uma cultura que favoreça a adoção dos ambientes digitais?

1. Enfrente o lado humano

Qualquer transformação significativa cria “questões pessoais”. Líderes informais se destacarão e serão convidados a intensificar seus trabalhos por meio de ambientes digitais e, assim, novas pessoas levarão vantagem na competição interna da empresa.

Paradigmas precisarão ser questionados – há uma diferença entre expor uma ideia no happy hour ou coloca-la na intranet.  Afinal, no happy hour o feedback é imediato e de poucas pessoas, na intranet a ideia – e eventualmente a pessoa que a inseriu – está disponível para o julgamento de todos.

É preciso entender que seres humanos resistem, sentem-se ameaçados e podem inclusive liderar movimentos contra a mudança. É preciso entender também que seres humanos não são apenas racionais.

E só lembrando: seres humanos precisam de motivação contínua. Não dá para relaxar. As plataformas precisarão de novidades, pessoas que contribuem precisarão de reconhecimento.

2. Incorpore iniciativas espontâneas

Acontece com frequência: uma empresa, ao desenvolver seu próprio wiki ou comunidade de prática descobre equipes de funcionários que utilizam um grupo do Facebook ou o Google Drive.

Tentar substituir esses grupos por grupos oficiais pode ser desastroso. A mudança de plataforma é até recomendável para efeitos de segurança, mas é recomendável que se mantenha o estilo e as atividades já estabelecidas.

Colaboração em rede não floresce dentro de um paradigma de hierarquia totalmente vertical.

Em muitos casos, é o momento de os próprios líderes adotarem as abordagens criadas pelas equipes e depois desafiar e motivar o restante da organização.

Trata-se, portanto de uma ação conjunta, na qual os líderes formais podem, sem abandonar suas responsabilidades, aproveitar a espontaneidade e o talento de membros de suas equipes.

3. Prepare-se para o inesperado

Nem tudo vai acontecer conforme planejado. As pessoas reagem de forma inesperada e as inovações nem sempre ocorrem de acordo com as expectativas iniciais

Efetivar a adoção de ambientes digitais, assim como a gestão da mudança de modo geral, exige uma reavaliação contínua do seu impacto sobre a organização e sobre as novas ações que darão continuidade à adoção.

Estar municiado de dados e informações constantes, bem como ouvir opiniões dos usuários proporcionará condições para os ajustes necessários para manter a dinâmica e os resultados da adoção.

E mais uma vez, vale lembrar a maneira beta de lançar serviços no mercado, pois ela inclui absorção dos feedbacks, melhorias e as até surpresas que abrem novas perspectivas.

As mudanças não são automáticas

É muito tentador acreditar que basta um software primoroso para que as pessoas adotem um novo ambiente virtual.  Quando ele não é frequentado, jogou-se dinheiro fora.

Sobre a autora:

Gisela Kassoy é especialista em Criatividade e Inovação, facilita grupos de geração e avaliação de ideias, realiza seminários e palestras e dá consultoria para programas de ideias e adoção de ambientes virtuais. Realizou trabalhos em quase todo o país e nos EUA, Europa e América Latina. Graduada em Comunicações pela FAAP/SP, fez sua formação específica na Universidade de Nova York em Buffalo, no Centro de Liderança Criativa da Carolina do Norte e na Escola de Gerentes do MIT. É Psicodramatista com Formações em Dinâmica de Grupos, Grupos Operativos e Design Thinking.

site: www.giselakassoy.com.br

e-mail: gisela@giselakassoy.com.br

Compartilhar Este Post

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.