As Lições de um Equilibrista de Pratos sobre Liderança

Eduardo Zugaib
Eduardo Zugaib

Se pudéssemos definir através de uma representação visual o papel do gestor de empresas na condução de equipes, uma das imagens que mais se aproximariam é a do artista chinês, aquele equilibrista de pratos que precisa cuidar de forma individual da energia que mantém cada um dos pratos girando nas pontas das varetas.

O equilibrista chinês, em seu número, só não representa o papel do gestor em sua totalidade por uma razão: todos os pratos que ele movimenta são iguais. No caso do gestor, seus pratos – as pessoas – apresentam nuances muito mais complexas, que variam de acordo com as necessidades que vivenciam no momento, com sua formação familiar, cultural e religiosa, suas funções psíquicas e os significados que atribuem para cada momento da sua experiência profissional. Como se pode perceber, entre pratos iguais girando sobre varetas e pessoas diferentes girando em torno de um mesmo objetivo corporativo, há um universo de possibilidades e impressões.

Ser chefe não significa ser líder. Há vários chefes que, instituídos burocraticamente ao posto, não criam significado nem se conectam aos com seus subordinados. Em compensação, há o chamado líder natural, “a liderança branca” que, ao exercitar de forma mais natural a comunicação com as pessoas ao seu entorno, acaba influenciando-as muito mais do que o próprio “chefe”, que apenas exercita o “mandar fazer”.

Para entender de motivação é preciso entender de pessoas, percebendo que os estímulos variam de uma para outra. Soluções lineares, iguais para todos, atuam apenas no campo dos fatores higiênicos e na manutenção da equidade funcional. São fatores importantes, porém não únicos, quando o assunto diz respeito à motivação, que se desdobra em um universo mais complexo e exige do líder a atuação situacional, inclusive na tomada de decisões não muito populares.

Enquanto o artista chinês tem como arte equilibrar pratos, o líder tem como arte equilibrar e conduzir pessoas, direcionando-as ao cumprimento dos objetivos corporativos de forma que percebam neles as possibilidades de realizarem seus próprios objetivos. Como na antológica cena do baile de tango, do filme Perfume de Mulher, em que o ator Al Pacino interpreta um deficiente visual, e conduz com toda a segurança e equilíbrio, a dama que tirou para dançar.

Sobre o autor:

Eduardo Zugaib: é escritor, profissional de comunicação e marketing, professor de pós graduação, palestrante motivacional e comportamental. Ministra treinamento nas áreas de Desenvolvimento Humano e Performance Organizacional.

site: www.eduardozugaib.com.br

e-mail: falecom@eduardozugaib.com.br

banner_curso_sp

Compartilhar Este Post

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.