As relações e a fidelidade

Celso Gagliardo

Temos dito especialmente para Gestores que a responsabilidade maior do clima de cordialidade, respeito, responsabilidade é da Organização, isto é, de quem comanda.

Recentemente fui traído quando o então técnico do Guarani de Campinas, o inovador Fernando Diniz abandonou o clube às vésperas do campeonato, após ter indicado jogadores para o elenco. Recebeu proposta melhor, e se mandou para o Paraná. Pensei na ingratidão.

Mas refletindo melhor pude entender a decisão do treinador. O que acontece quase invariavelmente no meio futebolístico? O time perde uns 3 jogos e já começam a falar na troca do técnico, que muitas vezes é o menos “culpado”. E acaba pagando a conta, sendo desligado sem parcimônia e sem tempo para mostrar o resultado de seu trabalho.

Em qualquer organização a situação é a mesma. Como somos tratados acaba se incorporando à nossa escala de valores. Há situações em que o ambiente é bom, a Liderança equilibrada, e mesmo a empresa passando por problemas o colaborador reluta em deixá-la, não quer trocar de emprego.

Empresa que vive desligando empregados, não corrige comportamentos, não desenvolve e não se preocupa com as relações entre as pessoas sofre mais com infidelidade e acaba perdendo profissionais bons – geralmente os melhores.

É certo que, há algumas décadas, a fixação da mão de obra era maior. Havia normalidade na manutenção de quadros normativos e baixo ‘turnover’ quer por iniciativa de empregador, quer pelo empregado. Com as crises e sobressaltos da economia o mercado virou, e esse papo hoje é meio fora de moda.

Mas a velha regra da boa gestão de relações trabalhistas ajuda muito, mesmo no cenário atual. É preciso fazer o colaborador entender e reconhecer os esforços da Organização pela sua manutenção, desenvolvimento e carreira. Descartando apenas aqueles absolutamente irrecuperáveis.

Sobre o Autor:

Celso Gagliardo militou em RH por 29 anos, empresas médias e grandes.

e-Mail: gagliardo.celsoluis@gmail.com

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