O que Motiva Você?

“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável”

(Mahatma Gandhi)

 

Gladis Costa
Gladis Costa

De acordo com o dicionário Houaiss, o termo motivação, no contexto da psicologia, é o conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual. Em se tratando de uma atividade individual, podemos então assumir que pessoas são motivadas por diferentes elementos e podem se sentir motivadas de formas diversas ao longo da vida. Mas o que motiva as pessoas, por exemplo, no ambiente de trabalho? O que faz as pessoas desejarem dar o melhor de si mesmas para atingir uma excelência operacional, um objetivo, fazer uma empresa crescer?

Bom, fui consultar o pessoal do grupo “Mulheres de Negócios” do LinkedIn, grupo que existe há três anos e que já conta com mais de 4400 associadas e associados – muitos das quais envolvidos nas áreas de desenvolvimento humano, gestão de talentos, coach, dentre outras áreas relacionadas. Vou listar aqui alguns comentários, já que o assunto é uma fonte inesgotável de pontos de vista, opiniões e vivências. Ouvimos profissionais dos dois lados da mesa, aquelas que estudam o assunto porque trabalham com pessoas e aquelas que como eu – se perguntam o que nos leva a sentir motivação por um determinado projeto, empresa ou por que em determinada fase de nossa vida profissional temos a sensação de que nosso coração bate mais rápido? Parece que o trabalho fica mais atraente, o mundo corpo rativo fica mais colorido?

Cibele Nardi, coach, parte do ponto de vista de que ninguém motiva ninguém, porém podemos desmotivar outros. Segundo a especialista, o mais importante é manter a coerência entre o discurso e prática. Dizer que as pessoas são o ativo mais importante, mas não ter ações que mostrem isso no dia a dia, não resolve. Um bom começo é investir no reconhecimento. O desejo de reconhecimento é uma das mais profundas necessidades humanas, conclui.

Paulo Rodrigues, da área de eventos corporativos discorda. Para ele, as pessoas sim podem motivar outras. O exemplo que ele dá é que quando você trabalha com pessoas com quem tem mais afinidade tudo fica mais fácil. É claro que não é preciso amar as pessoas com as quais você trabalha, mas gostar do que faz é primordial. Ele ressalta o papel do líder neste processo, que vai reconhecer os esforços da equipe e que uma vez tendo o reconhecimento, o colaborador poderá se sentir bastante motivado. É um circulo virtuoso: trabalho – reconhecimento – motivação e assim por diante.

Ligia Nascimento, consultora organizacional, concorda com o papel da liderança neste processo. Ela acha que a liderança é responsável por 80% de satisfação dos colaboradores na empresa. O líder que motiva é coerente, desenvolvedor, trabalha em equipe e forma times com sinergia e consequentemente mais motivados no trabalho. Por outro lado, ela também vê a motivação como uma força interna. Para aqueles que trabalham longe do chefe, por exemplo, ele vai depender da “gestão” remota do chefe para se sentir motivado, mesmo não estando perto fisicamente. Lembrando que há aqueles que até preferem trabalhar desta forma, até se sentem confortáveis e motivados em traba lhar num sistema home/office, por exemplo. Para Ligia, a geração Y vai trabalhar confortavelmente num modelo onde a estrutura hierárquica não precise ser necessariamente tão presente. Bom, isto já está acontecendo.

Rakell Aguiar, diretora de vendas, acredita que temos que nos motivar para motivar uma equipe. Pessoas motivadas tem algo em comum – elas tem um sonho e lutam para conquistá-los e sentem-se bem desenvolvendo um trabalho, independente da área onde autam. Saber que ajudar o outro está ajudando a você mesmo é imprescindível para qualquer pessoa. Maria Silene, trader, acha que somos motivados de forma diferentes em determinados momentos da vida. Às vezes isto vem através de um curso, treinamento, remuneração. Acredito que em cada momento da vida e em cada situação seremos motivados de forma diferente, ela ressalta.

Ana Lopes, coach, acha que nossa motivação precisa estar alinhada com os valores e missão da empresa. É preciso se sentir engajado, ter a sensação real de que está construindo algo, precisamos encontrar eco das nossas ações dentro da empresa, elas precisam ser amplificadas para mostrar que estamos fazendo diferença. Ana acha que as pessoas tem um potencial subutilizado, que precisa ser revelado, utilizado e reconhecido. Isto é mais complexo quando não temos o convívio diário com os colegas – quem consegue se sentir motivado mesmo sem este tipo de convivência, imprescindível para alguns, precisa ter em mente de forma muito clara como está sendo sua forma de contribuição para a empresa – que nesses casos, se resume apenas a um espaço dentro  de sua própria casa, com as vantagens e desvantagens de uma situação como esta.

Assim, em função destes poucos – mas relevantes comentários – penso quea motivação passa por alguns fatores como desafio, reconhecimento, ownership, empowerment, fatores muito mais intangíveis do que um belo pacote de remuneração. Penso que para alguns profissionais, motivação é fazer o que gosta, num ambiente estável, que promove a criatividade, que premia os esforços – dando espaço para que este funcionário se sinta engajado e realmente construindo algo perene dentro da empresa. O dinheiro, claro, é importante, mas para estes profissionais talentosos e de boa vontade, é pura consequência de um esforço ala vancado, consistente e sempre desafiador.

 

Sobre a autora:

Gladis Costa, Gerente de Marketing e Comunicação da PTC para a América Latina. A PTC é  líder no segmento de soluções para o gerenciamento do ciclo de vida do produto. Em março de 2009 criou o grupo “Mulheres de Negócios”, maior rede feminina de negócios do portal LinkedIn com mais de 3500 associadas. É colunista em vários sites onde publica artigos sobre marketing, serviços, comportamento, carreira e cultura. É formada em Letras pela Unesp,  com pós-graduação em Jornalismo, Comunicação Social e especialização em Tecnologia e Negócios pela PUC-SP. Em 2005 lançou seu primeiro livro de crônicas, “O homem que entendia as Mulheres”.

 

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