O que te impede de falar bem? Veja 3 bloqueios da comunicação e como superar

Dra. Cristiane Romano
Dra. Cristiane Romano

Um levantamento recente do LinkedIn mostrou que as chamadas “soft skills”, ou competências comportamentais, são maioria entre as dez habilidades mais valorizadas por empregadores, sendo que a mais citada foi a comunicação.

Entretanto, segundo a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP; nem todo mundo possui habilidade com a comunicação, especialmente a virtual que, na pandemia, se tornou crucial, tanto no âmbito profissional como social.

E como superar os desafios de ter uma boa oratória, em tempos de valorização da comunicação? Abaixo, Cristiane Romano pontua 3 grandes bloqueios de uma comunicação confiante, natural e objetiva, e orienta como desenvolvê-la:

Dicção

Dicção é a forma como uma pessoa articula e pronuncia as palavras de determinada língua. Portanto, não ter uma boa dicção significa não se expressar oralmente da maneira adequada. Um bom exercício para melhorar este aspecto da fala é ler textos em voz alta com algum obstáculo na boca, como o dedo indicador dobrado sobre os dentes inferiores.

“Durante a leitura, pronuncie cada sílaba, sem cometer erros comuns, como esquecer os fonemas /i/e/s/. Observe, por exemplo, a palavra ‘terceiro’. Habitue-se a pronunciar como se escreve – ‘terceiro’, e não ‘tercero’.  Ou, ainda, ‘estômago’, e não ‘stômago’. Tratam-se de erros banais, mas que são cometidos frequentemente e se tornam vícios de dicção”, explica a especialista.

Gesticulação

O nosso corpo fala. Esta é uma daquelas frases encontradas com frequência nos livros de psicologia comportamental, e nada resume melhor a forma como nos portamos ao falar, pois, segundo Cristiane Romano, à medida que movimentamos nossos braços ou apresentamos determinadas posturas corporais, estamos atribuindo sentido às frases que pronunciamos.

Desta maneira, é importante saber o que fazer com o nosso corpo em meio a uma explanação. Onde colocar as mãos? Devo andar ao falar? É importante manter a cabeça erguida? Nesse sentido, é importante entender que não existe uma fórmula para todas as situações. Cada caso demandará uma determinada postura.

“Ainda assim, existe um bom conselho para quem busca espontaneidade ao falar. Primeiramente, observe a maneira como você se porta junto a seus amigos e familiares. Ou seja, quando você está tranquilo, de que forma age ao falar? Os seus braços se movimentam com naturalidade? Você pouco se mexe? Essa postura deve ser reproduzida em outras situações, uma vez que se trata da forma como você melhor se faz entender. Claro que aqui existe um exercício de ponderação e bom senso. Autenticidade demais pode causar estranhamento aos outros. Em um ambiente ainda desconhecido, mantenha-se neutro, até você sentir como são as pessoas ao seu redor”, orienta Cristiane Romano.

Intensidade da voz

Uma característica comum entre pessoas extremamente tímidas é a voz baixa. Em alguns casos, a voz do indivíduo chega a ser inaudível. Sendo assim, a solução é treinar para chegar a um tom de voz considerado ideal.

Para usar a entonação certa, é preciso aprender a relaxar a voz. Quando relaxada, a voz deixa as palavras mais claras e articuladas, facilitando a compreensão do que você diz. Um bom exercício é treinar a nasalização. Para isso, basta apoiar dois dedos sobre o nariz, sem pressioná-lo, imitando sons de abelha, com a boca fechada, por cerca de um minuto.

“Vale lembrar que, ao longo da história, grandes líderes galgaram importantes posições graças ao poder da oratória. Com uma capacidade incrível de convencer e cativar seus ouvintes, utilizaram essas e outras técnicas para aprimorar seus discursos e expressar suas ideias assertivamente”, finaliza Cristiane Romano.

Sobre a Autoura:

Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP.

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